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O Instituto Pesek-Araújo atua na zona de amortecimento do PETAR (Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira), o maior remanescente de Mata Atlântica do Brasil, e atualmente esta recrutando voluntários que estejam interessados para se unir a nossa batalha pela proteção de GAIA.

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ARTIGO - Geologia Evolutiva

ARTIGO - Geologia Evolutiva

                A geologia constitui o meio físico no qual ocorre ou ocorreu um denominado ciclo de vida. Englobando todo o estudo da tectônica de placas ou a deriva continental e a partir disso, o estudo das rochas também é classificado neste meio.

                Segundo estudado pelos professores LEINZ, V.; ROCHA CAMPOS, A.C. e ERNST, W.G., a crosta terrestre é constituída essencialmente de rochas que por sua definição são agregados naturais formados por um ou mais minerais (inclusive vidro vulcânico e matéria orgânica) que constituem uma parte essencial da crosta terrestre. Comumente suas pesquisas se variam aos três grandes grupos de rochas, as magmáticas ou ígneas que provem da consolidação do magma e são por isso de origem primária, as rochas sedimentares que no senso estrito são formadas a partir de material originado da destruição erosivo de qualquer tipo de rocha, e as rochas metamórficas que são originadas a partir das transformações de rochas magmáticas ou sedimentares no quesito, condições de temperatura, pressão, presença de agentes voláteis ou fortes atritos.

                 A explicação da formação de cada um das três formas rochosas é: as rochas ígneas formam-se a partir do resfriamento e cristalização dos magmas, que são fusões de rochas, que ocorrem na base da crosta terrestre ou no topo do manto podendo conter jazidas de vários metais (p. ex.: ouro, platina, cobre, estanho) qualificando uma possível comparação (usando uma analogia com o ovo, na base da casca ou na parte superior da clara do ovo). Este processo pode ocorrer em profundidade, quando as rochas se denominam plutônicas ou em superfície, quando as rochas se denominam vulcânicas.

                 O resfriamento dos magmas em profundidade, originando rochas plutônicas (podendo ser rochas intrusivas ou filonianas que tem ligação direta com o magma) ocorre em milhões de anos e produz rochas com granulação grosseira, uma vez que os elementos químicos da tabela periódica podem buscar pares com maior afinidade de tamanho e raio iônico ou eletronegatividade. Os exemplos mais comuns de rochas intrusivas são o granito e o gabro e os exemplos mais comuns de rochas filonianas são aplitos, pegmatitos e lamprófiros.

                Ao contrario, do resfriamento em superfície (a extrusão rochosa), através dos magmas que tem pressão suficiente para romper com os  materiais superiores e atingir o espaço subaéreo produzindo rochas de granulação fina, pois os elementos químicos não tem tempo para buscarem pares afins, sofrendo rápido resfriamento. Estas rochas apresentam ainda planos de quebramento ou descontinuidades físicas, representadas pelas diáclases, que são quebramentos devido ao choque térmico produzido pelo resfriamento dos magmas. É como pegar um motor quente de automóvel e jogar um balde de água fria, o bloco do motor racha todo. Os exemplos mais comuns destas rochas são os basaltos e os riolitos.

                Existem ainda as rochas ígneas intermediárias, que sofrem resfriamento na porção média da crosta terrestre, e exibem características mistas. Como exemplos são citados os diabásios que podem ser denominados como rochas sub-vulcânicas.

               As rochas sedimentares são a transformação dos sedimentos acumulados em rios, mares, lagoas e dunas através do processo de diagênese em rochas sedimentares. Diagênese: é o conjunto de transformações físico-químicas que transforma sedimentos em rochas sedimentares, possibilitado  pelo soterramento de materiais que tendem a elevar a temperatura e a pressão no subsolo.

                Existem rochas sedimentares resultantes da diagênese de materiais de granulação fina, denominadas pelíticas, como argilito, siltitos e folhelhos e rochas sedimentares de granulação grosseira, denominadas psamíticas,como arenitos e conglomerados. As rochas sedimentares de natureza química, precipitadas em corpos de água e depois diagenizadas, são os calcáreos, radiolaritos e diatomáceas (formados por esqueletos de animais mortos e restos calcáreos ou silicosos de conchas).

                Por último, existem as rochas metamórficas que são materiais de transformação das outras rochas em ambientes de elevada pressão e temperatura, patrocinados pela tectônica de placas nas margens destrutivas, de consumo ou de subducção.

                As rochas metamórficas desenvolvem deformações dos materiais para compensar os aumentos de temperatura e as elevações direcionais de pressão. Estas deformações produzem estruturas planares nas direções de menor pressão, que são denominadas xistosidades nas rochas de baixo grau e bandeamentos nas rochas de alto grau.

                As rochas de baixo grau recebem este nome porque as transformações metamórficas ocorrem em nível epicrustal, com menor profundidade, como nos xistos, filitos e ardósias. As rochas de alto grau são transformadas em níveis crustais médios ou profundos, e os exemplos são os gnaisses, migmatitos e mármores.

            Existindo ainda rochas metamórficas denominadas cataclásticas que se desenvolvem no interior das zonas de falhamentos ou quebramentos quando os fenômenos ocorrem, e que são produto da transformação de qualquer tipo de rocha levada a um ambiente onde as condições físicas (pressão, temperatura) são muito distintas daquelas onde a rocha se formou. Nestes ambientes, os minerais podem se tornar instáveis e reagir formando outros minerais, estáveis nas condições vigentes onde se classificam os quartzos de falhas, brechas e milonitos.

            De acordo com sua natureza genética e em função de sua formação e desenvolvimento, as rochas produzem características próprias que afetam os modelos ambientais de interação com o meio biológico e antrópico, e esta é a importância de seu estudo e conhecimento.

            Por exemplo, rochas porosas são inadequadas para instalação de cemitérios, porque o chorume necrófilo pode contaminar as águas que são utilizadas pela população, e temos também o calcário que é responsável pela formação de estalactites e estalagmites em cavernas, estas formações podem levar na dependência de seu tamanho, levando aproximadamente 5 a 8 mil anos para se formar e solidificar-se estavelmente, e as vezes podendo levar até mesmo pouco mais de 20 (vinte) mil anos para concluir se estágio evolutivo, sendo estes protegidos por lei como Patrimônio Geológico Mundial. E assim ocorrem diversas restrições e necessidades de estudos.

 

Daniel J. Constantino – CRQ IV de Técnico em Meio Ambiente atuando com a ONG – Instituto Pesek-Araujo no Vale do Ribeira, responsável de pesquisas campais e especializado em Geologia e Espeliologia, e em outras áreas remanescentes da grade Biológica; Aluno em Ciências Biológicas na Faculdade CEUNSP, ITU – SP.

Ricardo Ximarelli Damas – Estudante de Ciências Biológicas na Faculdade CEUNSP, ITU – SP.

         Postado em 02/04/2011 - Jornal Taperá; Caderno II - SALTO/SP