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Embora localizado em dois dos estados mais urbanizados do País – São Paulo e Paraná - o Vale do Ribeira destaca-se pelo alto grau de preservação de suas matas e por sua grande diversidade ecológica. Seus mais de 2,1 milhões de hectares de florestas equivalem a aproximadamente 21% dos remanescentes de Mata Atlântica existentes no Brasil, transformando-o na maior área contínua desse importante ecossistema em todo o País. Nesse conjunto de áreas preservadas são encontradas não apenas florestas, mas importantes remanescentes de restingas - são 150 mil hectares – e de manguezais – 17 mil hectares.
Em 1999, a Reserva de Mata Atlântica do Sudeste, constituída por 17 municípios do Vale do Ribeira, tornou-se uma das seis áreas brasileiras que passaram a ser consideradas pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura) como Patrimônio Natural da Humanidade. Não é para menos. Em 24 Unidades de Conservação (UCs)integral ou parcialmente inseridas no vale encontram-se espécies raras tal como o cedro, o palmito, a canela, a araucária e a caxeta, além de diversidade de bromélias e orquídeas.
Levantamentos preliminares realizados em algumas dessas UCs encontraram dezenas de espécies ameaçadas de extinção. Entre elas o monocarvoeiro, a onça-pintada, a jaguatirica, o veado campeiro, a jacutinga, o jacaré-de-papo-amarelo e o papagaio-de-cara-roxa, além de 42 espécies endêmicas como o beija-flor rajado, o boto cinza, o zabelê e o mico-leão-da-cara-preta.
Uma característica singular da região é que as áreas preservadas não se encontram só nos parques e estações ecológicas, mas também em terras indígenas, quilombolas e nos bairros rurais, onde predomina a pequena agricultura de subsistência. A preservação ambiental é a vocação natural do Vale do Ribeira e é a razão pela qual tanto o governo quanto as organizações não-governamentais vêm apostando em projetos de desenvolvimento sustentável na região.
Cavernas e vestígios pré-históricos
No Vale do Ribeira se concentra um dos maiores complexos de cavernas do Brasil, representado por 273 cavidades naturais até hoje cadastradas pela Sociedade Brasileira de Espeleologia e outras tantas ainda não descobertas. Boa parte do grande fluxo de turismo nos municípios de Iporanga e Apiaí se deve a existência de 257 cavernas, gerando importante fonte de renda para a população local. Seu patrimônio arqueológico é também bastante significativo. Ali se encontra a maior quantidade de sítios tombados do estado de São Paulo – 158 no total – que atraem turistas e pesquisadores. Entre esses locais, destacam-se 75 sítios líticos (de pedra), 82 sítios cerâmicos, 12 sambaquis, 12 em abrigos/grutas e 3 cemitérios indígenas.
Pesquisas arqueológicas indicam vestígios de agrupamentos humanos que teriam se estabelecido na região há 12 mil anos.
Resultados decorrentes da presença do Instituto no Vale do Ribeira
1- Barramos a ação dos palmiteiros, conseguindo assim garantir a sobrevivência de Palmeiras Jussara nativas.
2- Barramos a ação de caçadores, garantindo assim a sobrevivência de animais extremamente visados, como: jacú, jacutinga, macuco, anta, entre outros.
3- Barramos a ação de traficantes de animais e plantas.
4- Barramos a extração ilegal de madeira, xaxim, taquara, entre outros.
5- Impedimos queimadas.
6- Conscientizamos os moradores locais sobre a grande ameaça que o cultivo de Eucalipto e Pinus representam para nossa floresta.
7- A onça pintada voltou a frequentar a região, tendo sido avistada por moradores e por nossos monitores. Essa espécie necessita de um território com 30km de raio para sobreviver.
8- Os moradores tem se sentido mais seguros com a presença do Instituto.